A propósito da Semana Mundial do Glaucoma, que se assinala de 8 a 14 de Março, o Grupo Português de Glaucoma da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO)
deixa o alerta: a doença continua a ser uma das principais causas de cegueira em Portugal e estima-se que mais de 100 mil portugueses sofram de glaucoma,
com previsível aumento da incidência devido ao envelhecimento da população no nosso país.

Durante toda esta semana e pelo 7.º ano consecutivo, médicos oftalmologistas por todo o mundo dedicam especial atenção a este “ladrão silencioso da visão”.
No nosso país, o Grupo Português de Glaucoma da SPO vai promover rastreios em centros comerciais no Porto, Braga e Viseu, bem como diversas iniciativas
de sensibilização junto da população, entre as quais se destaca um workshop sobre glaucoma, no dia 10 de Março, às 10h30, no Centro Hospitalar e Universitário
de Coimbra.

O Glaucoma, que afeta de 80 milhões de pessoas em todo o mundo, é uma doença progressiva do nervo ótico e que se não for tratada conduz à cegueira irreversível.
Apesar de em Portugal não ter o mediatismo das cataratas ou da retinopatia diabética, o glaucoma representa um problema não só de oftalmologia mas também
de saúde pública. É a segunda causa mundial de cegueira (cerca de 9 milhões de cegos por glaucoma em todo o Mundo) e a primeira causa de cegueira irreversível
evitável. Estima-se que mesmo nos países desenvolvidos só cerca de 50% dos portadores de glaucoma sejam diagnosticados e tratados porque a maioria dos
doentes inicialmente não tem alterações visuais percetíveis.

José Moura Pereira, oftalmologista e coordenador do Grupo Português do Glaucoma, explica que “à medida que a doença avança, começa por perder-se qualidade
de visão (sensibilidade ao contraste e visão de cores) mas as alterações mais incapacitantes são as perdas do campo visual que aumentam o risco de acidentes
de viação e quedas, culminando na cegueira completa e irreversível.

“Um individuo outrora ativo e válido membro da sociedade que passa a depender de terceiros, muitas vezes deprime e exclui-se socialmente. É fundamental,
para evitar esta situação, que o diagnóstico seja o mais precoce possível e que o doente esteja bem informado sobre a doença para não desistir do tratamento,
consultas e exames propostos pelo seu médico. É o nosso dever tentar combater o desconhecimento da população em geral relativo à doença porque nosso sucesso
no rastreio, diagnóstico e tratamento atempado depende do entendimento da patologia por parte dos doentes e do cumprimento rigoroso diário da terapêutica”,
acentua o coordenador do Grupo Português de Glaucoma.

 

in O Ribatejo

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